segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Contando e encantando...

 
Os contadores de histórias vêm ocupando cada vez mais os espaços na sociedade contemporânea, modificando o próprio ambiente formal de bibliotecas, livrarias, teatros e escolas. Qualquer que seja o espaço físico, as sessões de contos, via de regra, são concorridas, o que demonstra o gosto de crianças e adultos por ouvir histórias, ocasião em que os contadores promovem momentos de lazer, instauram cultura literária, formam opinião e desenvolvem em seus interlocutores a percepção estética dessa atividade. 

O hábito de contar e ouvir histórias é uma tradição das mais antigas, praticada pela humanidade e surge da necessidade de transmitir histórias, tradições, regras sociais e os mitos de um grupo cultural. Atualmente, essa atividade ressurge da tradição oral para reinventar e apontar nova ordem de considerações que oficializa uma prática social que herdamos das comunidades arcaicas. Numa sociedade de imensa mecanização, como a nossa, a contação de histórias faz refletir sobre qualidades e valores inatos ao ser humano, mas esquecidos. Muitas educadoras ainda não descobriram o quanto as histórias podem ajudá-las; muitas continuam utilizando-as apenas para acalmar as crianças, quando utilizam. E não vêem as várias possibilidades ao contar uma boa história. O principal objetivo em contar uma história é divertir, estimulando a imaginação, mas, quando bem contada, pode atingir outros objetivos, tais como: educar, instruir, conhecer melhor os interesses pessoais, desenvolver o raciocínio, ser ponto de partida para trabalhar algum conteúdo programático, podendo aumentar o interesse pela aula ou permitir a autoidentificação, favorecendo a compreensão de situações desagradáveis e ajudando a resolver conflitos. Agrada a todos sem fazer distinção de idade, classe social ou circunstância de vida.
Quando a história é contada na escola, não deveria ser feita apenas com a intenção pedagógica de incentivar o hábito de leitura da literatura infantil, que é o que acontece na maioria dos casos, porque, além disso, é um forte instrumento para aguçar a leitura de mundo.